BOLA DA VEZ
“Pinga a bola no chão batido,
pinga a bola que bate e volta, pinga e pula tão alto e volta. Um, dois,
três...”
A bolinha colorida que ganhei de
meu padrinho, sempre me fez companhia em todo e qualquer momento. As
brincadeiras eram muitas, e ela, apesar de pequena, saltava como nenhuma outra.
Tão bonito de se ver... Olhava para cima e ela chegava a desaparecer, até que quicava no chão e aos poucos diminuía o ritmo.
“Pinga a bola no chão batido,
pinga a bola que bate e volta, pinga e pula tão alto e volta. Um, dois,
três...”
Meu jogo favorito era o Pinga
Pinga, do qual se canta o verso e torce para que a bolinha não pare com você. Quem
ficar com a bola em mãos sai da brincadeira, até que o último sobrevive sem nunca acabar a rodada tocando nela e é o grande vencedor.
“Pinga a bola no chão batido,
pinga a bola que bate e volta, pinga e pula tão alto e volta. Um, dois,
três...”
Na escola inventei essa
brincadeira e todos gostavam de jogar, confesso que quase sempre eu ganhava, acho que ela era o meu amuleto. Eu tinha muito medo de perde-la, e por isso, a
protegia de todo e qualquer mal. Emprestar aos amigos sem minha presença? Não
mesmo. Sair de casa e deixá-la sozinha? Sem chance. Brincar em qualquer lugar
que eu pudesse a perder? Jamais.
“Pinga a bola no chão batido,
pinga a bola que bate e volta, pinga e pula tão alto e volta. Um, dois,
três...”
Mais do que um brinquedo, aquela bola era tudo pra mim. Os motivos de minhas alegrias, a dona da minha atenção, era quem desenvolvia minhas habilidades motoras e até meu raciocínio lógico, ela era a única que sempre estava comigo, não me abandonava, não me criticava, era sempre assim. Ah!, minha bolinha. Amiga, parceira, uma parte de mim.
“Pinga a bola no chão batido,
pinga a bola que bate e volta, pinga e pula tão alto e volta. Um, dois,
três...”
Entre idas e vindas, rodadas e
vencedores, as coisas mudaram de repente. Como num passe de mágica, na
inocência do tempo, jogamos pela última vez...
“Pinga a bola no chão batido,
pinga a bola que bate e volta, pinga e pula tão alto e não volta. Um bueiro a
engoliu. Dois soluços disfarcei. Três lágrimas caíram, mas segui.
Bruno Lopez
Lindíssimo....👏👏👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluirObrigado <3
Excluir👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻💕
ResponderExcluirMuito obrigado :)
ExcluirQue delícia de ler!!❤️❤️❤️👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻. Sucesso e mais sucessoooooo pra você!!!❣️
ResponderExcluirObrigado mesmo... toda quarta tem texto novo <3
ExcluirHistórias da vida real. Adorei
ResponderExcluirObrigado Júlia <3
Excluir