NUNCA ESQUECI DAQUELE RIFLE

 

  

De pequeno, com os livros se metia

Quase nada ele sabia

No começo, nem bê-á-bá ele lia

Figuras contavam tudo, como um guia

E uma voz calma que abraçava e traduzia.

 

Aos poucos aprendendo

A cada página entendendo

De repente, um mistério

Cinco letras diferentes. — “O que será que estão dizendo?”

Érre-i-éfe-éle-e? Rifle. Seria verdade? Fala sério.

 

Intrigado, pois ler já não conseguia

Não antes de ter mais sabedoria

A dúvida em seu pensamento, o consumia

Procura, ele sabe! Achou o dicionário, que euforia!

Eureca! Uma arma. Fez sentido agora com o que lia.

 

Rifle, agora era comum, para seu conhecimento

No jornal, filmes e até em novela vinha aparecendo

Até então, nunca antes ele aparecia. Qual o critério?

Talvez, ele que não estava percebendo

Que só damos o que temos, do nascer ao cemitério.

 

Do novo ele nunca fugia

Curiosidade era sua alegria

Letras, palavras, um novo rifle a cada dia

O tempo lhe ensinava, nas leituras que fazia

Hoje sabe tudo, nada muda. E é isso uma mentira. 

Bruno Lopez