NO BREU TUDO SE VÊ


Acende e apaga.

Acende e apaga.

Acende e apaga.

Acende e apaga.

Queimou. Cheiro de queimado. Escuridão. Arrependimento? Não! Só não queria mais ver. Não gostaria que me vissem. Onde estou conheço bem, mas posso tatear cada pedacinho do lugar para desvendar, o que era antes, imperceptível. Aperto o interruptor e nada mais acontece, além do barulho do clique. Gosto assim. Sem ter o que esconder. Sem nenhuma coisa incomodando meu olhar. Tudo igual, tudo invisível, porém presente.

O que importa agora é a sensibilidade. Saber o que puder, ir devagar, respeitar o espaço, respeitar cada situação. Eu não sei o que pode quebrar, então vou com cuidado. Não vejo o brilho individual dos objetos em suas funções, a menos que eu sinta e os conheça mais profundamente. É assim que deve ser. Verdadeiro, prático, sem diferenças. Quando a aparência não te engana, com seus truques de magia, você descobre o que realmente cada coisa é.

Por enquanto é assim: aprendizado. Depois, posso acender novamente a luz e enxergar além do que ela me mostra. Adaptação. Processo.  


Bruno Lopez


 

Comentários

  1. Sei como é...sou deficiente visual parcial, achava que todos enxergavam como eu; #soquenao, aprendi que eu estava a frente de todos, pois ouvia com os olhos e sentia com os olhos 🙏🏻💐

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