O CONTADOR DE HISTÓRIAS


Certa vez, na aula de português, a pequena Sandrinha, de apenas 7 anos, ficou pensativa com a pergunta que a professora havia feito.

— Quem escreve mais histórias, o lápis ou a caneta?

Sandrinha, não sabia o que responder. Ela pensava, pensava... Os seus colegas se entreolhavam e ninguém sabia ao certo. Na cabeça da garota, o lápis acabava rápido, por sinal, se fosse o dela, não duraria quase nada, pois vivia quebrando a ponta e apontando o tal escrivão. Refletindo mais um pouco, chegou à conclusão que a caneta poderia escrever por mais tempo, a tinta rendia mais que o grafite que trincava a todo momento.

Um colega, disse em voz alta, que seria o lápis, mas também sem saber direito o que falava. Enquanto isso, outros gritaram que era a caneta, mas ninguém sabia, de fato, qual era o melhor. A professora, enquanto isso, ria com a confusão que tinha criado na cabeça da criançada.

Certos de suas teorias nada fundamentadas, os alunos mal se ouviam, analisavam em seus estojos, qual daqueles poderia contar mais histórias. Com uma afeição um pouco preocupada, a pequena Sandra levantou a mão e a professora pediu silêncio para que ela falasse na sala.

— Tia, mas se os dois vão acabar um dia, eles vão parar de escrever nossas histórias, eu não posso só contar para as pessoas?

— Você pode sim! Cada um encontra um jeito de escrever sua própria história. Pode ser no papel, usando um lápis ou a caneta, pode ser através de uma pintura, uma palavra, uma representação, pode ser de tantas maneiras, inclusive ensinando. E hoje, você nos ensinou uma lição valiosa: independente de quem ou o que escreve nossa história, somos nós que a fazemos e decidimos como e onde vamos contar. Nossa memória é infinita, e mesmo que acabe a tinta ou quebre a ponta do que a escreve, dentro de nós sempre estará viva.

Bruno Lopez


 

Comentários

Postar um comentário

Conte o que achou do texto...

MAIS POPULARES